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sábado, 9 de março de 2013

O simbolismo de Poseidon

Posídon, comumente conhecido como Poseidon, é o Deus grego dos Mares e Terremotos - associado às tempestades. Mas, a meu ver, ele é o Deus que melhor representa a alma humana - pois as águas são símbolos dos sentimentos e subconsciente. O Deus-Mar entra como um turbilhão em nossas vidas, atingindo marés altas e maremotos, com ondas que limpam e destroem. Filho de Cronos e Reia, é um dos Três Grandes Deuses da mitologia, que, segundo algumas teses, seria o próprio Zeus em outra faceta. 
Criou os cavalos das ondas do mar, que representam a força e o instinto, o selvagem. Carrega um tridente como instrumento: as três forças primárias que envolvem o ser humano, o instinto, o sentimento e a razão. Ele, apesar de ter um vasto território que é formado de emoções - deixa as mesmas serem controladas por um instinto (o subconsciente, o Mistério pessoal de cada um). 
O Tarot mitológico representa bem o simbolismo do Deus na carta d'A Torre, que é aquele que joga suas ondas em cima do ser (representado no arcano pela própria torre). Ao destruir a identidade,   o ego e todos os outros arquétipos mundanos, o Deus afoga a alma - e, ao mesmo tempo, limpa-a. 

Pouco sei, de fato, sobre o Deus-Mar. Porém, segue abaixo uma espécie de oração, de tributo, que surgiu em minha mente há alguns dias. Espero que apreciem:


Tributo ao Mar.
A Poseidon, de ondas poderosas e tremores apaixonados, te remetem às emoções do meu ser.  Em maremotos a instabilidade se forma – mas sei que no profundo vau da minh’alma há a paz e correntes fixas e ternas. Frias, talvez, mas gentis. É em Teus braços que repousar-ei, ó pai de hipocampos.
Acalenta e transforma minhas marés em poesia, Netuno, governante do Sempre Sagrado Egeu.  Ó Poseidon, esposo da mais real nereida Anfitrite, é eu teu vasto território que minh’alma vira arte.
Se para Gaea Divina meu corpo deverá sucumbir – é a ti que meu coração encontrará Destino. Poderoso Senhor das Ondas, que minhas emoções encontrem Mar calmo sempre que parecer que afogar–eu.
Khaire, Posídon!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Numero 1- Respiração.




Segundo as leis herméticas, o universo é uma dualidade. Tudo que esta em cima esta embaixo e vice-versa. Isso nos remete a ideia de Yin-Yang (japonês), Fogo e gelo (nórdicos), Sol e lua, etc. Assim como o todo, a respiração obedece à dualidade do puxa-empurra e o controle do ritmo é fundamental para as praticas meditativas.
Quando você respira, o ar entra por suas narinas e é aquecido nas cavidades paranasais, passa pela traqueia e entra nos alvéolos pulmonares, que por difusão cai no sangue e por uma veia é transportado para o coração. Do coração sai pela maior artéria do nosso coração e se ramifica, dando origem as carótidas que levam o sangue ate o cérebro.
Temos dois sistemas de proteção conhecidos como simpático e parassimpático que funcionam como um Yin-Yang (É lindo ver que ate nisto a natureza procura encontrar equilíbrio). O Simpático é conhecido como de luta ou fuga. Quando você esta em perigo ele aumenta a sua respiração e seus batimentos cardíacos, fazendo com que você consuma mais oxigênio e distribua muito mais rápido, podendo reagir e ignorar alguns estímulos como o da dor, tudo em prol da defesa. E o parassimpático é o contrario, o sistema de relaxamento onde você coloca para seu corpo trabalhar no reparo do que precisa.
 Regulando nossa respiração podemos sugerir que o nosso corpo entre em algum desses estados. A técnica se resume em você espirar por quatro segundos, segurar por quatro, espirar por quatro e ficar vazio por mais quatro.  Isso faz com que o oxigênio do seu cérebro diminua, forçando-o a trabalhar no basal e mudando as ondas cerebrais.
O ar é o elemento da mente e a respiração é fundamental para se interiorizar.  Trabalhando com o ar você pode trabalhar com todas as energias sutis que habitam o seu corpo.
O primeiro passo de tudo é a conscientização do ar que entra no seu corpo. Sente em um lugar calmo e sinta o ar entrando e saindo. Pense nele percorrendo todo o seu corpo como descrito no texto.
Respiração inferior: Inspire e prenda o ar na região abdominal. Sinta tudo expandindo dentro de você. Seu diafragma se movendo e empurrando seus músculos abdominais. Repita quantas vezes achar necessário.
Respiração media: Com as mãos encima do tórax, inspire e prenda o ar na região torácica. Sinta as costelas dando espaço para o ar que esta dentro de você.
Respiração alta: Inspire e levante os ombros sem alterar o abdome ou o tórax.
Respiração completa: Combine todas as técnicas e terá a respiração completa. Lembrar sempre de contar ate 2, 3 ou 4 em cada uma das etapas (Inspirar-guardar-expirar-esperar)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lupercio


           Chegamos ao dia de Pan. Não lembro muito bem como conheci Pan, mas fui me aproximando dele nestes últimos anos. Talvez por estar impregnado de toda aquele papo das religiões patriarcais, acabei me voltando para o lado mais feminino, o lado da Deusa.
           No entanto, como o destino de toda equação é se igualar, o equilíbrio começou a chegar e o deus de chifres despertou em minha mente. Tive uma crise pessoal e me afastei da espiritualidade um pouco e achei que tinha parado de evoluir nas praticas, mas apenas progredi cada vez mais. Encontrei dentro de mim a forca que precisava. Achei o homem perdido que cresce cada vez mais e anseia pela melodia de Pan.
          O deus-bode representa os segredos masculinos. Os mistérios, a ferocidade, o yang, o pânico. Pan (do grego - Tudo) é o gerador e o destruidor da vida. Ele é tudo e esta presente em cada elemento de toda a natureza. Ele é aquele que se esconde na floresta mais profunda do nosso subconsciente e por isso, trás a luz os aspectos mais indesejados da humanidade.
           Quem serve a Pan, deve se despir de todo o orgulho e de toda a tralha arrecadada em todos os anos, ser ninguém para ser tudo. Ele nos mostra que a ideia de separação não existe. Somos parte de algo muito maior, algo que talvez esteja alem da compreensão humana.
           Infelizmente, não tenho espaço e nem tempo sozinho para preparar um grande ritual para os meus deuses, então tento sacralizar alguns atos do dia-a-dia. Existe uma arvore na minha área que chamo de Hecate, onde sempre medito e me conecto com a mesma, mas hoje pedi para que ela aceitasse assistir outros contos. Fui tomar o meu banho e ao entrar no chuveiro, fui cantando uma improvisação com palavras que vieram a minha mente e o meu corpo não demorou a responder, ficando extremamente arrepiado (como nunca antes) durante todo o banho. Acendi os incensos de mirra e meditei. Pedi a Pan para que me mostrasse meus medos e me ajudasse a combater. Tomei calmamente meu chá , coloquei duas maçãs na arvore, agradeci e fui embora.
           Pan já me ensinou muita coisa e que mais experiências venham a mim. Quero muito aprender seus ensinamentos e destruir esta ilusão de separação. Que minha mente e meu coração estejam preparados para ouvir tua musica.

15/02